Na noite entre os dias 18 e 19 de maio, uma vigília realizada na Igreja no Bairro Vale do Gavião Zona leste de Teresina, no estado do Piauí, foi interrompida após reclamações de barulho. A igreja, por sua vez, afirma que não estava utilizando microfones ou qualquer outro instrumento que venha causar qualquer incomodo com a vizinhança durante o culto, uma vez que se tratava de uma vigília. Um vídeo do evento mostra claramente que o culto estava sendo realizado sem o uso de microfones.
Segundo testemunhas, seis viaturas e um carro de bombeiros chegaram ao local para interromper o evento religioso. A equipe de reportagem da Rádio Monte Sinai conversou com o Bispo Ramos, Presidente Estadual da FIEB-PI e fundador da Igreja Apostólica Paz e Graça, que está à frente do caso. Ele afirmou que não há problemas com a vizinha que fez a denúncia, mas sim com a quantidade de viaturas enviadas pela polícia para interromper o culto.
“O culto não pode ser violado de forma alguma pela lei, isso chama atenção pelo fato de ser incomum essa quantidade de viatura da polícia para atender uma ocorrência que por sua vez se tratava de um culto religioso ”, declarou o Bispo Ramos.
Ele ressaltou que, embora os policiais não tenham usado força, violência ou abusado de autoridade, a igreja busca explicações para entender o motivo da presença de tantas viaturas para atender a uma ocorrência em um local de culto, onde se prega a liberdade, o bem e onde as pessoas estão para prestar adoração.
A intervenção das autoridades policiais sem o uso de força física ou abuso de poder foi destacada, no entanto, a igreja questiona a necessidade de um contingente tão grande de viaturas. Este tipo de abordagem, segundo o Bispo Ramos, é inusitado e merece um esclarecimento por parte das autoridades competentes.
A comunidade religiosa local está abalada e busca compreender os motivos por trás da resposta ostensiva das forças de segurança. O evento levanta questões sobre a liberdade religiosa e a forma como as intervenções policiais são conduzidas em situações envolvendo práticas de culto.
O caso segue em análise, e a igreja espera um posicionamento das autoridades que justifique a presença massiva de viaturas na ocorrência. A situação evidencia a necessidade de um diálogo mais efetivo entre a comunidade e as forças de segurança para evitar mal-entendidos e garantir o respeito aos direitos fundamentais de todos os cidadãos.